Enfim voltei. Ou revoltei.
Deixei o blog jogado às traças, à merce de moscas e com formação de teias de aranha. Imaginei até não voltar. Desistir do blog mesmo.
Aliás eu desisti!
Por algum tempo eu realmente aposentei meu blog, mas sabendo lá no fundo que voltaria. Utilizei-o muito pouco, mas com muito prazer; contudo alguns compromissos e a própria preguiça, me afastaram dele.
Um blog recém-nascido já entrando em coma. Eu já o dava como finalizado.
Muita coisa aconteceu em minha vida nesses 5 meses de abandono, em minha incipiente atuação blogueira. !
(Aliás não gosto do termo "blogueiro". Dá a impressão de profissão, quando procuro aqui um local para minha expressão, compartilhamento de idéias, debate, entre outras manifestações).
Desde o inicio dessa catalepsia bloguistica minha vida sofreu muitas mudanças. Tive 5 meses em que vivi cinco anos. Passei por correrias, vitórias, conquistas, e sem dúvida a maior tristeza que já tive em toda minha vida.
De lá pra cá, passei o mês de Janeiro no turbilhão de finalizar minha dissertação de mestrado. Foi um custo, ou como dizem por aí: "é como gerar um filho".
Após isso veio a defesa, que me apontou questões importantes para que eu me aprimore em trabalhos futuros, e veio como um sabor de conquista. Pois poucos sabem o custo que foi para que eu conseguisse manter o ânimo e finalizar esse trabalho.
Vivi também a satisfação e o desafio de retornar à docência na Educação Básica, consegui aulas na Rede Pública do Paraná, algumas definitivas, outras temporárias. Mas todas representando uma experiência complicada, mas interessante. Gratificante em algunas aspectos, complicadas em outros.
Contudo nesse tempo de ausência, ocorreu uma perda irreparável: vivi o momento mais triste de minha vida quando perdi meu querido tio. Um cara a quem devo muito do que sou como ser humano.
O motivo de seu falecimento tornou sua perda muito mais dolorosa ainda: ele foi morto em uma tentativa de assalto. Algo chocante; fato que minha família toda está tentando assimilar até agora, mas cofesso para todos que está muito difícil, mesmo após ter se passado quase 4 meses do ocorrido.
Tem sido complicado para lidar com essa situação em minha intimidade. Ele era como um segundo pai para mim. Aprendi muito com ele e guardo suas lembranças vivas em minha mente. É até difícil escrever ou falar sobre ele sem me emocionar ou me entristecer. Mas sei que o melhor caminho é falar. É um fato e tenho de lidar com isso.
Com tudo isso, o blog, que já estava encostado, foi abandonado e esquecido. Pelo menos temporáriamente.
Todavia, o mundo gira; as coisas ocorrem em nossa sociedade; pessoas falam, outras são caladas; os carros continuam transitando pelas ruas; os habitantes desse mundo maluco continuam a dar demonstrações de irracionalidade, intolerância e hipocrisia, expondo os sintomas de e as feridas da insanidade social que vivemos.
Em meio à diversas ebulições de reacionarismo, preconceito e exageros no meio social; resolvi voltar. Senti a necessidade de retornar a este espaço, de expressar meus gostos e minhas opiniões. De apontar tópicos poucos debatidos em questões atuais; seja no nível municipal, estadual, nacional, mundial, ou então na sala em que dormem minhas duas gatas de estimação. Quem acompanha o que se passa nas redes sociais e no mundo real, sabe de quais problemas falo.
Por isso, ao observar absurdos policiais em meu bairro e no país; argumentações abomináveis sobre política e ordem social, observar o preconceito crescente - e enaltecido por alguns - contra algumas minorias; medidas políticas locais basedas em hipocrisia e especulação imobiliária (como ocorre na Zona 07, em Maringá); ao ver as autoridades matando baratas com bazucas, e ainda mirando para o lado errado (um problema visto na questão dos bares de Maringá e em uma recente manifestação na cidade de São Paulo); decido voltar.
Em minha mente as idéias estão em ebulição, algumas coisa que vejo, que penso, e que não posso guardar comigo.
Esse tempo sem o blog me ajudou a amadurecer o próprio blog. Me ajudou a saber o que eu quero dele.
Quero apenas deixar explicitas minhas opniões, e quem sabe fomentar um debate, por menor que seja, sobre isso.
Ou pode ser apenas um canal para colocar minhas revoltas para fora.
Afinal, os 27 anos - completado no ultimo mês - pode ter me amadurecido em alguns aspectos, mas jamais me trouxe a caretice, a senilidade e o fim da rebeldia.
Isso é exatamente o que se passa no coração daquele que é reprimido, tratado como idiota e quando tem sua paciência testada ao limite.
ResponderExcluirÉ exatamente o que me levou à Marcha da Liberdade ontem, em São Paulo.
http://identidadehistorica.blogspot.com/2011/05/para-o-fim-da-liberdade-de-repressao.html
Façamos o nosso papel.
Parabéns pelo retorno, camarada. hehehe ;)